Brasil é o 4º em construções sustentáveis


O Brasil já é o quarto no ranking mundial de construções sustentáveis, ficando atrás dos Estados Unidos (EUA), China e Emirados Árabes. São 700 prédios verdes no país, enquanto nos EUA 45 mil. A primeira edificação certificada brasileira ocorreu em 2004. O setor da construção civil é um dos que mais geram resíduos e impactam o meio ambiente.


O processo de construção dos prédios sustentáveis produz menos resíduos e, quando prontos, são mais econômicos em termos de eficiência energética e hídrica. Esta é uma tendência sem volta no mundo. A construção civil tem que se tornar mais sustentável. Este foi o tema de um painel na quarta edição do Seminário Sebrae de Sustentabilidade, que aconteceu no final de julho em Cuiabá.


Sem volta


As certificações e selos de projetos e construções sustentáveis são uma tendência que veio para ficar. Já fazem parte da realidade em muitos países e está começando a entrar no Brasil. Esta é a opinião de Raquel Blumenchaii, professora da Universidade de Brasília (UnB), uma das participantes do painel. Raquel também cita a criação das principais certificações internacionais para construções sustentáveis: BREAAM, Leed e Acqua.


“As edificações sustentáveis surgiram no final dos anos 80, início da década de 90, para dar oportunidade para assegurar o desempenho ambiental da indústria da construção civil”, afirmou. O processo abrangia desde o projeto, construção, manutenção e demolição. A cadeia produtiva deste segmento tinha de encontrar soluções para deixar de ser grande causadora de impacto ambiental, complementou.


Para ela, quem constrói, vende ou compra imóveis está contribuindo para a sustentabilidade. A certificação é instrumento importante como diferencial ambiental. As pequenas empresas subcontratadas pelas grandes empreiteiras também devem acompanhar a tendência de busca incessante pela sustentabilidade. Para que o processo produtivo seja mais racional e gere menos desperdício e resíduos, é preciso planejar e mudar paradigmas, ressaltou.


“Sou responsável pelos resíduos que produzo ao longo do processo produtivo que faço”, disse ela. Cada um pode ter coragem de assumir que é possível optar por um processo produtivo inovador, que significa ter responsabilidade socioambiental e sustentabilidade econômica, acrescentou.


Na Inglaterra, uma lei definiu que até 2025 todas as residências terão emissão zero de carbono. No México, há um Fundo Verde para financiar construções sustentáveis de micro e pequenas empresas. Os bancos brasileiros precisam ampliar as linhas de crédito para as construções sustentáveis dos pequenos negócios, também, sugeriu a professora.


Uma das dificuldades apontadas no evento para construir de forma mais sustentável é a dificuldade para adquirir produtos de baixo impacto ambiental nas lojas de materiais de construção. “No Brasil, este segmento ainda está para ser desenvolvido. É uma oportunidade de negócio”, indicou Suênia Sousa, coordenadora do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS). Micro e pequenas empresas que participam da cadeia de valor de grandes empresas certificadas têm a oportunidade de acompanhar a tendência de mercado. “Se a pequena está no canteiro de obras da grande empresa, vale a pena se adequar e acompanhar o processo, pois será beneficiada”, garantiu a coordenadora do centro.


Com informações do Centro Sebrae de Sustentabilidade

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