A economia da eficiência energética

Muitas empresas estão descobrindo que eficiência energética não é apenas um tema ambiental urgente. Poupar energia e garantir a otimização de processos significa também economizar dinheiro e melhorar a produção. O que elas estão percebendo, também, é que aplicar medidas que reduzam desperdícios de energia pode ser simples e barato.


“Muitas vezes, é preciso apenas mudar a altura em que as lâmpadas são colocadas. Com isso, já se consegue uma maior eficiência, evitando desperdício”, afirma Jan-Martin Rhiemeier, da Ecofys Germany, empresa de consultoria em energias renováveis. Ele esteve em São Paulo para participar do seminário “Eficiência Energética na Indústria”, na Câmara Brasil Alemanha. O evento reuniu especialistas brasileiros e alemães, na última terça-feira (18), para discutir o assunto.


Além da iluminação, o gerenciamento eficiente de outros processos como ventilação e utilização de ar comprimido podem ajudar a tornar a produção “mais limpa” e barata. Kathrin Hesse, do Instituto alemão Fraunhofer de Fluxo de Materiais e Logística, apresentou no seminário o exemplo de uma empresa do setor metalúrgico na Alemanha, cujo consumo de energia era muito alto. Após adotar medidas simples, como reposição de refletores por modelos mais modernos e substituição de rede elétrica, alcançou uma economia de energia de 72%, com impacto de € 78 mil nos custos.


Exemplos brasileiros


A Alemanha é reconhecida como líder mundial no uso eficiente de energia. Para atingir a meta nacional de redução de 40% nas emissões de CO2 até 2002, realiza esforços nas mais diferentes esferas. Segundo um estudo do Ministério Federal da Economia e Tecnologia do país, os custos com energia elétrica ou com outros itens relacionados a ela podem ser reduzidos na maioria das empresas na razão de 5% a 50%.


No Brasil, a preocupação ainda é recente, mas já há exemplos na iniciativa privada. A Alumina do Norte do Brasil (Alunorte), outro caso citado por Kathrin no evento, poupou € 1,36 milhão aplicando medidas que economizaram 6% de energia na produção de alumínio. A companhia precisou investir € 100 mil para reduzir perdas e otimizar a utilização do calor.


Já a CPFL Energia, companhia privada de energia que atua em 568 municípios brasileiros, dobrará os investimentos em eficiência energética nesse ano. Segundo Carlos Augusto, gerente de Eficiência Energética da CPFL e um dos palestrantes do evento, a empresa investirá R$ 99 milhões em 2010, contra os R$ 50,6 milhões do ano passado.

SXC
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