Desafiando limites com uma handbike

A partir desta sexta-feira (21), Manfred Putz, paraplégico desde 1996 por causa de um acidente de trânsito, inicia o trajeto de 1.000 km entre as cidades de Hamburgo e Munique, na Alemanha, que deverá ser percorrido em sua handbike ao longo de três dias (até domingo, 23), com paradas de no máximo uma hora para refeições. O projeto é uma iniciativa da BMW em parceria com a Ottobock, companhia alemã de tecnologia ortopédica.

“Estabelecer um novo recorde, que encanta as pessoas e que é difícil de ser atingido, certamente é um dos motivos”, responde o paratleta, quando questionado sobre as 50 horas sem dormir que terá que enfrentar para conseguir superar o recorde dos 700 km conquistados por Lars Hoffmann.

Ele espera com os esportes radicais para deficientes físicos “mostrar para as pessoas as várias possibilidades existentes, quando você não coloca barreiras em seu caminho. Quando eu pedalo minha handbike, eu esqueço minha dor e entro em outro mundo, um mundo cheio de liberdade, diversão e paixão”.

Putz, de 43 anos, reuniu grandes conquistas desde seu acidente. Foi campeão europeu em 2006 e campeão mundial em 2007. A vitória do Campeonato Mundial foi seguida pelo quarto lugar nas Paralimpíadas em Pequim e em todos esses anos, ele reuniu 15 títulos como campeão estadual da Áustria.

Para atingir os 1000 km propostos foi necessária uma boa preparação. Por isso, cobriu 5.000 km durante um treinamento de oito semanas em um acampamento na África do Sul, há alguns meses atrás. Por semana, ele pedala 20 horas e seu treinamento e dieta são elaborados em cooperação com seu treinador Geri Bauer, do Centro Olímpico de Treinamento de Salzburgo.

Os cuidados para a organização antes e depois dos 1.000 km são de responsabilidade do colega do atleta, Michael Biermann, que também faz parte da equipe da Ottobock. “Eu mal posso esperar para ver como ele lidará com essa provação. É ótimo que ele estabeleça desafios para si mesmo e que uma marca como a BMW também nos apoie nessa aventura”, afirma.  

De acordo com a Ottobock, o projeto é uma busca do autoconhecimento e de superação dos próprios limites. Mais do que isso, é uma mensagem com a intenção de conscientizar as pessoas sobre o potencial de um paratleta. A equipe também considera pessoas para as quais o esporte possa significar uma maior qualidade de vida, apesar das desvantagens físicas. “Não é necessário começar com 1.000 km. Mesmo os dez primeiros são inesquecíveis”, afirma Biermann.

Para mais informações sobre o projeto, acesse a página em alemão: http://1000kmimhandbike.jimdo.com/.

Divulgação 1000 km im Handbike
Divulgação 1000 km im Handbike