Allianz discute envelhecimento da mão de obra


A alemã Allianz entrevistou Michaela Grimm, economista política da empresa, sobre os impactos das mudanças demográficas no mercado de trabalho e, principalmente, sobre o envelhecimento da mão de obra. No encontro, a entrevistada falou sobre a importância da experiência desses profissionais e os desafios que as empresas enfrentam em relação aos funcionários mais velhos.


Segundo Grimm, um terço da força de trabalho norte-americana atual tem 50 anos ou mais. Há vinte anos, apenas um quinto estava nessa faixa etária. Além disso, a previsão é de que, em 2030, mais de 30% da população terá 50 anos ou mais, uma vez que a maioria da geração “Baby Boom” (nascidos após a Segunda Guerra Mundial) estará aposentada, o que significa que essas mudanças demográficas são de longo prazo.


Atualmente, muitas empresas ainda não sentiram os efeitos dessa mudança demográfica, em decorrência do fato de que muitos funcionários mais velhos se aposentam antes dos 65 anos. Entretanto, o aumento da expectativa de vida e a diminuição das pensões podem resultar em mais anos de trabalho. As companhias, além de enfrentarem o desafio de recolocação desses profissionais no mercado de trabalho, terão que se ajustar às novas demandas dessa faixa etária.


Nesse sentido, Grimm aponta que será necessário uma estratégia sustentável. Para isso, as empresas precisam ter uma visão de como sua força de trabalho será daqui cinco anos, pelo fato de que muitos baby boomers estarão perto de se aposentar nos próximos anos. Nesse caso, a questão central é como usar o conhecimento da geração mais velha em benefício da mais nova.


“Existem algumas medidas que podem ser facilmente postas em prática para atender às necessidades de funcionários mais velhos, como a adaptação das instalações de trabalho, oferecendo, por exemplo, cadeiras ergonômicas, mesas reguláveis e monitores maiores”, afirma a economista.


Em relação a uma jornada mais flexível, Grimm aponta que, conforme a pessoa envelhece, o tempo se torna um fator de maior importância, e, consequentemente, muitos funcionários mais velhos estão dispostos a aceitar uma renda menor, se isso significa poder passar mais tempo com a família e amigos. Em muitos casos, entretanto, a procura por maior flexibilidade surge por causa de algum parente que necessita de cuidados.


Em 2012, nos Estados Unidos, por exemplo, das 15 milhões de pessoas que estavam cuidando de um familiar que sofria de problemas mentais (e não eram remunerados), apenas um quarto era aposentado. Uma jornada de trabalho mais maleável, ou a concessão de uma licença para cuidados a longo prazo, seria de grande ajuda, no sentido de aliviar consideravelmente esse duplo fardo.

CC/ Flickr/ seekingthomas
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