Alemanha relembra construção do Muro de Berlim

Neste sábado, dia 13 agosto, a Alemanha relembra o 50º aniversário da construção do Muro de Berlim, maior símbolo da Guerra Fria. Durante 28 anos, a construção com 155 km de extensão separou o país e dividiu o mundo em dois blocos: a República Federal da Alemanha, constituída pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã (RDA), formada pelos países socialistas simpatizantes ao regime soviético.

A divisa, formada por trechos de muro e de cerca eletrificada, resultou no desenvolvimento desigual das partes leste e oeste da Alemanha ao longo dos anos. Após a queda do Muro, em 1989, a Alemanha precisou trabalhar na reunificação do país, processo que ainda não está totalmente encerrado.

Embora as barreiras físicas não existam mais, o muro deixou marcas que sobrevivem até hoje. “O lado leste é significantemente mais pobre do que o do oeste, e sua taxa de desemprego é o dobro da registrada no país. Se formos falar da atual política, o partido de esquerda é mais forte no lado leste, contando em parte com o apoio de personagens do antigo partido comunista, mas também de novas gerações”, explica o cientista político, Tullo Vigevani, da Unesp.

Apesar dos investimentos constantes e esforços do governo alemão para superar a estagnação econômica da parte oriental, a reunificação do país (ocorrida em1990) ainda é um episódio recente, sob uma perspectiva histórica. “É um período curto. Outro problema é que a região antes ocupada pela RDA sempre foi mais pobre, mais agrícola e menos industrializada. Por isso exige esforços grandes da sociedade e dos Estados”, explica Tullo.

O 50º aniversário da construção do Muro está sendo lembrado na Alemanha com dezenas de eventos, como exposições fotográficas, representações teatrais e sessões cinematográficas temáticas. No sábado (13), o presidente alemão, Christian Wulff, e a chanceler Angela Merkel participam de uma homenagem, em Berlim, no memorial da Bernauer Strasse. Pelo menos 136 pessoas, de acordo com o número oficial, foram mortas tentando atravessar a  divisa.

 

Daniela Toviansky/Unesp Ciência
Daniela Toviansky/Unesp Ciência