Vendas de TVs no Brasil crescem 39%


O mercado mundial deve registrar uma retração de 1% na venda de TVs de tela fina este ano contra um crescimento de 3% no faturamento registrado no ano passado. No Brasil, as vendas desses aparelhos, impulsionadas pela Copa do Mundo, subiram 39% em volume até julho. De janeiro a julho deste ano, foram vendidas mais de 9 milhões de TVs, com pico de vendas em maio, quando os consumidores compraram quase 2 milhões de unidades.


Esses números contribuem para a previsão de crescimento de 9% no mercado brasileiro de eletrônicos em 2014 em relação a 2013. O faturamento do setor deve saltar de R$ 80,8 bilhões para R$ 88,5 bilhões. Esses dados foram apresentados na 11ª Conferência Anual GfK – quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo. O evento, realizado no início de outubro em São Paulo, teve como tema “A Importância do Entretenimento em Ano de Copa”.


“A Copa do Mundo altera a distribuição das vendas de TVs ao longo do ano. Normalmente, o primeiro semestre é responsável por 40% da receita do ano e passou a representar 60%. O pico de vendas ocorreu na semana anterior à abertura da Copa, seguido de retração no período dos jogos”, afirma Alex Ivanov, Diretor de Negócios da GfK.


O levantamento da GfK mostra que, no período pré-Copa, o crescimento de vendas foi maior entre as TVs de Plasma e de 50 ou mais polegadas, indicando que os consumidores deram mais importância a preço e tamanho do que a características técnicas – uma TV de 50” de plasma custa cerca de 35% menos que uma de LED/LCD do mesmo tamanho. De janeiro a julho de 2013, as vendas de TV de Plasma representavam 5% das vendas brasileiras de TVs de tela fina em volume. Em igual período de 2014, esse índice subiu para 15%.     


O mercado global de eletrônicos deve registrar crescimento de 1% em valor este ano, contra um aumento de 3% registrado em 2013. Apesar da retração nas vendas, as TVs de tela fina devem manter a participação de 13 pontos percentuais nesse mercado, com destaque para a América Latina. Com 20 pontos percentuais é a região em que a fatia das vendas de TVs de tela fina é a maior dentro do setor eletrônico, principalmente em razão do peso das vendas no Brasil, onde a participação das TVs no segmento é de 23%.


A participação da América Latina no mercado global de TVs vem crescendo ano a ano: em 2009 representava 4 pontos percentuais em volume e subiu para 12 pontos percentuais em 2013.


Entre os entrevistados que disseram ter comprado uma TV nos últimos seis meses, 64% aproveitaram uma promoção da Copa do Mundo. Como motivo da compra, 40% alegaram a necessidade de substituição de um aparelho ultrapassado e 36% citaram como razão a compra de um aparelho adicional.


Quando avaliadas as vendas de TVs por regiões do Brasil, constata-se que a maior contribuição em volume, entre janeiro e julho de 2014, veio do Norte e Centro-Oeste, com crescimento de 8,2%. Na pesquisa que perguntou que item você comprou nos últimos seis meses, no Norte e Centro-Oeste, 37% responderam TVs, enquanto essa porcentagem ficou em 31% em todo o país e em 29%, no Sudeste.


No mercado global, uma tendência a ser acompanhada é a de crescimento do mercado de TVs Ultra HD. Ainda incipiente em todo o mundo – no Brasil representa 0,2 das vendas em volume -esse segmento tem potencial, levando-se em conta que a resolução de imagem é um dos principais atributos citados no momento de comprar uma TV: numa escala de 0 a 10, o tópico resolução de imagem ficou com 8,8 e tamanho da tela com 8,4.


Apesar do cenário incerto da economia brasileira, os consumidores manifestam intenção de comprar produtos eletrônicos em futuro próximo. A pesquisa da GfK de agosto deste ano mostra que mesmo com após as vendas da Copa do Mundo 30% dos entrevistados pretendem comprar uma TV de tela fina nos próximos seis meses (eram 32% em outubro de 2013). “Apesar do ótimo ano de vendas de TVs e um cenário incerto da economia, no 2° semestre ainda temos oportunidades, como o Black Friday, que no ano passado vendeu 43% mais do que a semana do Natal”, informa Ivanov. Outros destaques: 37% dos entrevistados pretendem comprar um smartphone (30% na pesquisa anterior) e 25% um tablet (no levantamento anterior, eram 22%). Estes dados indicam a manutenção das altas taxas de crescimento de tablets e smartphones que crescem 103% e 90% respectivamente em volume de janeiro a julho de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado.

Wikimedia Commons
Wikimedia Commons