UE planeja redistribuição de seu fundo de ajuda

A União Europeia (UE) pretende direcionar seus esforços para ajudar os países mais pobres do mundo pelos próximos dois anos, informou a Comissão Europeia nesta quinta-feira (13). Com isso, emergentes como Brasil, Índia e China deverão contar com a redução do apoio financeiro europeu.

Segundo o comissário da União Europeia, Andris Piebalgs, o objetivo é garantir que os € 53 bilhões do programa de ajuda da UE, "principal apoiador mundial", sejam investidos adequadamente. De acordo com os planos do bloco, no mínimo 20% do fundo devem ser investidos em projetos sociais, como por exemplo, na construção de moradias e em educação.

No entanto, a decisão não foi bem recebida pela Confederação Europeia de ONG's (Concord). "Infelizmente, a mudança mais importante na nova agenda apresentada por Piebalgs é que a ajuda às regiões mais pobres está sendo reduzida, redirecionando fundos para investimentos em energia e no setor privado. Isto é de interesse somente da UE, não do mundo em desenvolvimento", pontuou o diretor da Concord, Olivier Consolo.

Em nota à imprensa, a instituição declarou ceticismo ante a proposta e criticou o novo foco estabelecido para a concessão de assistência para o desenvolvimento.

"Este enfoque no crescimento econômico está longe da realidade. 75% da população mais pobre vive em países de rendimento médio, os quais vivenciaram certo desenvolvimento econômico, mas ainda tem grande pobreza. Esses países não deveriam sofrer redução da ajuda da UE somente porque são chamados de países em desenvolvimento avançado", completou Consolo.

Em dezembro, a Comissão Europeia quer apresentar sua proposta final, que deverá então ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos governos dos países membros da UE.

SXC
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