UE adota nova agenda política para setor marítimo


A Comissão Europeia (CE) e os ministros europeus para políticas públicas marítimas oficializaram a adoção, nesta segunda-feira (8), de uma nova agenda para a geração de crescimento e empregos no setor marítimo, por meio da assinatura da Declaração de Limassol, no Chipre. Cinco anos após o lançamento da Política Marítima Integrada da União Europeia (UE), os estados-membros e a CE reafirmaram que “uma abordagem dinâmica e coordenada às questões marítimas amplia o desenvolvimento da ‘Economia Azul’ [ou Blue Economy, termo utilizado para designar o potencial econômico dos oceanos] da UE, ao mesmo tempo em que garante a saúde dos mares e oceanos”, destaca o comunicado publicado no site da CE.

A agenda política tem como foco os setores promissores em que há grande potencial para crescimento e novos empregos: energias renováveis marinhas, aquicultura, “biotecnologia azul”, turismo costeiro e exploração mineral do leito marinho.

Dentre eles, de acordo com a CE, o turismo costeiro e marítimo é o maior em termos de valor agregado bruto e empregos. Espera-se que ele cresça entre 2% e 3% em 2020, e que o segmento de cruzeiros marítimos crie 100 mil novos postos de trabalho no mesmo ano, na comparação com 2010.

Os ministros conclamaram os estados-membros e as instituições europeias a implementarem as condições para que a Economia Azul possa se desenvolver: apoio à pesquisa e ao conhecimento marinhos, treinamento marítimo, cooperação eficiente em termos de custos da vigilância marítima e um planejamento melhorado do espaço marítimo, dentre outras.

“Mares e oceanos podem ter um papel decisivo na recuperação econômica da Europa. A declaração conjunta de hoje contém a clara mensagem de que devemos abraçar o potencial da Economia Azul do continente”, declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

Segundo o comunicado da CE, o valor agregado bruto da Economia Azul europeia gira em torno dos € 500 bilhões, podendo crescer para € 600 bilhões em 2020. No mesmo período, as pessoas empregadas no segmento devem passar de 5,4 milhões para 7 milhões. Além disso, 75% do comércio externo e 37% do comércio interno da Europa se dão por via marítima.

“A Europa precisa aproveitar todas as oportunidades disponíveis para gerar empregos e crescimento sustentáveis, para encontrar seu caminho de saída da crise econômica e financeira. O mar oferece um grande número de oportunidades, e a UE tem, à sua disposição, uma diversidade de instrumentos que podem agregar valor ao que os estados-membros e a indústria já estão fazendo”, finaliza o texto da Comissão Europeia.

CCommons/flickr/ralph and jenny
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