Setor eletroeletrônico cresce menos que o esperado


A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) divulgou ontem (8) os dados do setor eletroeletrônico em 2011 e as perspectivas para 2012.



Segundo os números apresentados, o faturamento da indústria de eletroeletrônicos neste ano foi de R$ 134.904 milhões, com um crescimento de 8% em relação a 2010.



Este resultado ficou abaixo da expectativa inicial, que previa um crescimento de 13%.



Assim, a Abinee prevê que o setor eletroeletrônico irá fechar sua balança comercial com um déficit de mais de US$ 32 bilhões, 18% acima do valor do ano passado. Este saldo negativo é decorrente da alta nas importações, que deverão atingir US$ 40 bilhões e das exportações que não vão passar dos US$ 8 bilhões.



A variação cambial foi apresentada como um dos problemas para a competitividade da indústria elétrica e eletrônica, tanto pela desvalorização do dólar, como pela sua volatilidade.



O número de importações de bens finais, que representaram 22% do faturamento total do setor, também é evidência desta dificuldade para as empresas brasileiras.



Humberto Barbato, presidente da Abinee, acredita que alterações no câmbio não são mais suficientes para reverter esta perda de concorrência. “O que precisamos é criar um programa de incentivos para estimular a compra de produtos de empresas instaladas no Brasil. As estatais e operadoras precisam ter vantagens para comprar daqui”, disse.



A China continua como o maior exportador de produtos elétricos e eletrônicos, passando de US$ 12 bilhões em 2010 para US$ 14 bilhões em 2011. Outro destaque é para o crescimento de 20% das importações provenientes da União Europeia, que chegaram a US$ 7,2 bilhões, contra US$ 6 bilhões do ano passado.



Um dos setores mais afetados pelo câmbio é o de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (GTD), segmento que registrou 54% de importações em 2011. “Partimos de um quadro de superávit, no qual importávamos metade do que exportávamos e, agora, pela primeira vez, fomos deficitários. Isto aponta que as empresas não têm mais competitividade para atender os projetos daqui”, declarou Newton Duarte, diretor da área na Abinee, que também atua como diretor de Energia da Siemens no Brasil.



Apesar da preocupação com o número elevado de importações, Barbato ressaltou que a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no País pode servir como um impulso de novas oportunidades para as empresas instaladas aqui.

Creative Commons/ Rebecca Bollwitt
Creative Commons/ Rebecca Bollwitt