Mercado brasileiro de entretenimento só cresce

Diferentemente do que acontece em grande parte da Europa, o mercado brasileiro de tecnologia e entretenimento vem crescendo nos últimos anos. Essa foi a conclusão apresentada pelo grupo alemão de pesquisas de mercado GfK, na quinta-feira (7), em São Paulo, durante sua 9ª Conferência Anual. O encontro abordou o tema “Tecnologia e Entretenimento no Brasil – O que busca o consumidor brasileiro?” e mostrou números que confirmam a boa fase da economia brasileira e evidenciam oportunidades.

No evento, a GfK apresentou tendências do varejo para os próximos anos, com análises baseadas nos resultados do mercado entre 2011 e 2012. O setor de entretenimento, em geral, aumentou em 2% sua participação na economia nacional no período. Os números do Brasil estão na contramão da Europa, sobretudo no setor de jogos. Essa categoria teve o maior crescimento na indústria de entretenimento, com aumento de 133,8% no faturamento no ano passado.

A venda de consoles no Brasil teve faturamento de €369 bilhões em 2012, um aumento de 43% em relação a 2011. Já o mercado europeu apresentou diminuição nesse índice, com -32% no Reino Unido e -16% na Alemanha, por exemplo. A venda de games também vai mal no Velho Continente e muito bem no Brasil. Inglaterra e Alemanha amargam, respectivamente, -27% e -8% de faturamento na venda de softwares. No Brasil, houve crescimento de 72%, atingindo €242 bilhões no comércio de jogos para consoles.

Outro setor de destaque na conjuntura analisada pela GfK foi o de brinquedos. Nesse contexto, mais uma vez, a discrepância com a situação da Europa é clara. O número de crianças no Brasil é de quase 46 milhões, maior do que a população infantil da Alemanha, França e Inglaterra juntas.

Na Europa, o gasto anual per capita com crianças ainda é maior que no Brasil, sendo que apenas a Alemanha apresentou aumento desse índice em 2012, com alta de 3%, chegando a US$310,00. O brasileiro, apesar da alta de 15%, ainda gasta somente US$53,00 em média com as crianças. “A pirâmide etária do Brasil é muito favorável, com um enorme mercado potencial”, analisou José Guedes, diretor da GfK Consumer Choices Brasil, em entrevista ao BrasilAlemanha News.

A GfK analisou também os mercados de calçados esportivos, filmes e livros, todos com boas perspectivas para os próximos três anos. “Muitos fabricantes estão conseguindo produzir aqui no Brasil. Nessas áreas, acreditamos que a dinâmica será mantida por mais um bom tempo”, completou Guedes, que revelou acreditar no potencial do Brasil para manter o ritmo de crescimento econômico no futuro.

Clima geral

O estudo da GfK indica que 62% das famílias brasileiras têm expectativas positivas sobre a situação econômica do País, o que favoreceria o contínuo aumento do consumo e a expansão do mercado. “As oportunidades para os próximos anos são muitas”, aponta Simone Aguiar, gerente de negócios para varejo da GfK no Brasil. Segundo ela, tendências como o alto potencial de consumo nas favelas, os incentivos fiscais para a fabricação de tecnologia digital no Brasil e grandes ações promocionais em torno dos próximos eventos esportivos são o ponto forte do crescimento do mercado brasileiro de tecnologia e entretenimento até 2016.

A própria GfK apresentou dados de seu desempenho, com 10% de aumento no faturamento na comparação entre 2011 e 2012, fechando o ano passado com cifras de €1,5 bilhão em todo o mundo. A empresa estima para 2015 um aumento acumulado no faturamento global de 7%, atingindo o patamar de €2 bilhões.

SXC/Divulgação
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