Estudo mostra PMEs que mais crescem no Brasil


A Deloitte, em conjunto com a revista Exame PME, apresentou, nesta quinta-feira (13), a 7ª edição do levantamento das 250 pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras que mais cresceram nos três anos anteriores (neste caso, de 2009 a 2011). Sob o tema “O custo Brasil das emergentes”, o estudo também aborda os desafios do ambiente de negócios encontrados pelos empreendedores.



A receita líquida total das 336 empresas respondentes (das quais foram escolhidas as 250 finais) soma R$ 19 bilhões. O setor de atuação que mais se destacou foi o de informática, TI e internet (com 24,3% das participantes), seguido pelo comércio atacadista e varejista (com 11%) e serviços (com 9%). Quanto ao tipo de controle, a grande maioria é de empresas familiares (73%). O Sudeste é a região que mais concentra os negócios estudados (60%), seguido pelo Sul (24%), Nordeste (10%) e Norte e Centro Oeste (6%).



Entre os desafios do ambiente de negócios brasileiro apontados pelos empresários, o sistema legal e tributário apareceu em 1º lugar, com 44% das respostas. A legislação trabalhista ficou em 2º (30%), a captação de recursos e as condições de inovação aparecem empatadas em 3º (7%), a cadeia de suprimentos (6%) está em 4º, o ambiente econômico e demográfico (5%), em 5º, e o comércio exterior (1%), em 6º.



Obstáculos



Em relação ao sistema legal e tributário, os problemas apontados pelas empresas vão desde a quantidade e complexidade de documentos e procedimentos envolvidos no atendimento das obrigações, passando pela dificuldade em conhecer todas as normas legais e tributárias que afetam o negócio até os custos de se manter uma equipe especializada em atender essas normas. Ilustra essas questões o fato de 46% das respondentes terem sido multadas ou notificadas pelo Fisco nos últimos três anos, por desconhecimento das obrigações. Na média, os participantes pagam 18% da receita líquida em impostos por ano.



Entre as barreiras associadas ao quesito legislação trabalhista, saltam aos olhos os custos por funcionário estabelecidos pelas leis (como FGTS, férias, 13º, etc.), que tiveram 88% das respostas. A complexidade e o tempo que se perde com os procedimentos de contratação ou demissão e a dificuldade na negociação com os sindicatos também foram questões muito citadas.



Outro grande gargalo do mercado brasileiro atual afeta as PMEs: entre as barreiras relacionadas ao ambiente econômico e demográfico, 78% das respostas foram para a qualificação da mão de obra.



Num cenário com menos obstáculos, caso a empresa pudesse direcionar tempo, recursos e esforços para outras áreas que não as dificuldades do ambiente de negócios, os tópicos mais citados foram pensar estratégias para a empresa, dar melhor treinamento e melhor remuneração aos funcionários e fazer mais investimentos em tecnologia.



Vale destacar, por fim, que as seis primeira colocadas no ranking das 250 tiveram um crescimento total de quatro dígitos entre 2009 e 2011. As duas primeiras avançaram ainda mais – cinco dígitos. A Arcitech, de Campinas (SP), do setor de serviços, cresceu impressionantes 75.302% (a receita líquida passou de RS 45 mil em 2009 para R$ 33,7 milhões em 2011), e a Reuter, de Timbó (SC), da indústria da construção, 11.909% (de R$ 84 mil em 2009 a R$ 10 milhões em 2011).



O estudo completo está no site http://www.deloitte.com/view/pt_BR/br/index.htm