Encontro Empresarial de Munique foca no Brasil

O Brasil dominou a pauta das reuniões do 28º Encontro Empresarial de Munique, que termina nesta terça-feira (1). Seja na seção de abertura ou na programação que se desenvolveu ao longo do dia, a situação econômica do País foi sempre vista como um estímulo para ampliar e aprofundar a cooperação entre as duas nações.


Organizado sob o lema “Parceria Brasil-Alemanha: inovadora, sustentável e bem sucedida”, o evento, além de contar mais uma vez com a presença do Bernd Pfaffenbach, Secretário de Estado no Ministério das Relações Exteriores, atraiu, já no seu primeiro dia, nada menos do que três ministros federais alemães: Rainer Brüderle, (Economia e Tecnologia), Peter Ramsauer (Transportes, Construção Civil e Desenvolvimento Urbano) e Guido Westerwelle, (Relações Exteriores e Vice-Chanceler). Este último fez questão de comparecer ao Encontro, onde proferiu um vibrante discurso em prol do trabalho conjunto dos dois países, apesar da grave crise política que poucas horas antes havia estourado em Berlim, em decorrência da renúncia do Presidente Horst Köhler.


Miguel Jorge, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Embaixador Antonio Patriota, Secretário-Executivo no Ministério das Relações Exteriores representaram o governo brasileiro.


A bola da vez


Rainer Brüderle, Ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha, apresentou aos participantes uma pequena flor de papel. Ele explicou que ela lhe foi dada por uma criança, quando visitava um programa social no Rio de Janeiro, durante a sua recente viagem ao Brasil. “O brilho dos olhos dessa criança, a sua esperança e a alegria de viver, revelam toda a força e dinamismo desse país”.


A percepção geral é de que a boa situação econômica do Brasil leva o País a ter novas responsabilidades no contexto geopolítico mundial. Para Hans-Peter Keitel, Presidente da Confederação Alemã da Indústria (BDI – Bundesverband der Deutschen Industrie), o poder mundial deixou de ser dividido entre algumas nações. “Agora existem vários países de importância internacional e nesse contexto multipolar, o Brasil deixa de ser uma economia emergente para se tornar um dos grandes players mundiais”.


Brazil Board


A Alemanha pretende continuar a ter no Brasil o seu parceiro decisivo na América Latina. A Confederação Alemã das Indústrias criou na sua estrutura o “Brazil Board” com a missão de apoiar as PME’s de seu país na procura por novos negócios no Brasil. “Isso é uma prova de que queremos nos engajar mais fortemente”, afirmou o seu presidente Hans-Peter Keitel.


O desenvolvimento do Brasil, no entanto, faz com que a Alemanha seja atraída para atuar em novas áreas. A primeira dela são os eventos esportivos – Copa de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Mas há também muito interesse em estimular a cooperação nas áreas de inovação, tecnologias verdes, eficiência energética e exploração e uso de energias renováveis.

Fotostudio SX Heuser/AHK
Fotostudio SX Heuser/AHK