Empresas brasileiras investem menos no exterior


As empresas brasileiras estão investindo menos no exterior. Segundo o Banco Central (BC), no primeiro semestre deste ano, US$ 7,06 bilhões saíram do País para a compra de participação no capital de empresas no exterior, mas US$ 4,25 bilhões de vendas de ativos voltaram para o Brasil.



Com isso, o investimento brasileiro líquido (saída, descontado o retorno) em aquisição de participação de capital no exterior ficou em US$ 2,81 bilhões no primeiro semestre deste ano, redução de quase 81% em relação a igual período do ano passado (US$ 14,597 bilhões).



No caso dos empréstimos intercompanhia (entre as empresas no Brasil e no exterior), houve mais vinda de recursos para o País do que liberação para o exterior. Nos primeiros seis meses do ano, a receita líquida, dinheiro que o Brasil recebeu a mais do que liberou, ficou em US$ 7,82 bilhões, ante US$ 17,1 bilhões do primeiro semestre de 2011.



Os dados do BC também mostram que as receitas de lucros e dividendos do País cresceram, ao passar de US$ 690 milhões, no primeiro semestre do ano passado, para US$ 4,029 bilhões, nos seis meses deste ano.



Análise



Para o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima, um dos motivos para esse aumento nas receitas de lucros e dividendos é a alta do dólar, que estimula o envio de recurso para o Brasil. Além disso, segundo ele, as incertezas geradas pela crise econômica internacional fazem com que as empresas brasileiras prefiram trazer o dinheiro de volta em vez de reinvestir no exterior.



“O crescimento das economias desenvolvidas reduziu-se bastante. Assim, diminuiu também a perspectiva de negócios. No Brasil, mesmo com o desaquecimento do nível da atividade, há o consumo dinâmico das famílias e essa perspectiva continua para os próximos anos”, disse Lima.



De acordo com o dirigente, há uma série de vantagens para as empresa investirem no exterior, como maior proximidade dos clientes, aumento da capacidade de inovação tecnológica, acesso a mercados e a matérias-primas.



De janeiro a junho, a maior parte da saída de investimento brasileiro direto para compra de participação de capital foi para a República Dominicana, com 18%, seguida pela Espanha (14%) e pelos Estados Unidos (10%). O setor que mais recebeu investimentos foi o de serviços (financeiros, transportes, infraestrutura, telecomunicações, entre outros), com 51%. A indústria ficou com 46,5% dos investimentos e a agricultura, pecuária e extrativa mineral, com 3%.



Com informações da Agência Brasil

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