Empresas alemãs estão mais otimistas

A Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK, na sigla em alemão) apresentou, nesta segunda-feira (21), sua pesquisa de conjuntura do outono europeu, para a qual foram ouvidas 28 mil empresas alemãs do final de agosto até o início de outubro.

A avaliação das empresas pesquisadas quanto à situação atual subiu pela primeira vez desde o início do verão europeu de 2011. Atualmente, 38% a avaliam como boa, e 51% como satisfatória. Uma contribuição decisiva para isso, segundo o estudo, foi dada pela melhora no ambiente do comércio exterior – especialmente na zona do euro – e pela situação favorável do consumidor alemão. O humor nas indústrias manufatureira, de transporte e varejista está melhorando notavelmente, com destaque também para a indústria de construção, muito afetada pelo clima ruim do inverno europeu.

As expectativas de negócios para os próximos meses das companhias melhoraram pela terceira vez seguida: 24% das empresas acreditam que os negócios irão melhorar, e 63%, que irão manter o mesmo patamar. “O abrandamento da crise do euro nos últimos meses contribui para isso, bem como o movimento de recuperação nos mercados fora da Europa, ainda raso, porém firme. Assim, a melhora passo ante passo do clima de negócios continua”, destaca o estudo. No entanto, muitas dúvidas persistem no caminho para uma melhora maior, como o desenvolvimento futuro da zona do euro, o curso político da Alemanha e o grande risco econômico de uma subida nos preços da energia e das matérias-primas.

Com os resultados, a DIHK aumentou sua expectativa quanto ao crescimento do PIB alemão em 2014: de 1%, previsto no último boletim de conjuntura, divulgado em setembro, passou para 1,7%. Para 2013, mantém a estimativa de um resultado de 0,3%.

Exportações e investimentos

De acordo com a pesquisa, no que tange ao comércio exterior, as empresas estão retomando a coragem. Com a recessão da zona do euro chegando ao fim, as vendas para a Europa ganham impulso. As estimativas de exportações para os próximos meses alcançaram o maior patamar desde o início do verão europeu de 2011: 32% acreditam que as exportações serão maiores, e 59%, que serão iguais.

A propensão das companhias pesquisadas para investir também aumentou neste outono europeu, liderada principalmente por planos de expansão de capacidade produtiva e de inovações em produtos. Vinte e cinco por cento das empresas ouvidas planejam investir mais nos próximos meses, e 58% manterão os investimentos.

Por fim, os planos de recrutamento de novos funcionários também aumentaram, após um intervalo temporário, e agora 16% das empresas planejam contratar nos próximos meses. No entanto, um problema quanto à mão de obra foi apontado com mais vigor nesta edição do estudo: o risco da falta de trabalhadores qualificados foi apontado por 36% das companhias como sendo um dos maiores para o desenvolvimento de seus negócios nos próximos 12 meses, o maior patamar desde a pesquisa do outono europeu de 2011. A maior falta de mão de obra tem sido sentida nas áreas de Pesquisa e Desenvolvimento e de TI.

CCommons/KenTeegardin
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