Empresários brasileiros estão confiantes na economia


Apesar da crise financeira global, que afeta principalmente os países da zona do euro, os empresários brasileiros estão mais confiantes em relação à economia do País. Esta foi a conclusão do estudo Global Capital Confidence Barometer, elaborado pela Ernst & Young, no qual 67% dos entrevistados no País acreditam que a economia local está melhorando – número bem superior aos 49% que responderam o mesmo há seis meses.  A pesquisa foi realizada com base em entrevistas com 1.500 executivos C-level, sendo 52 brasileiros, de 41 países entre agosto e setembro de 2012.



Com a estimativa de melhora no cenário doméstico nos próximos meses, 45% dos entrevistados esperam criar novos empregos (mesmo índice da última pesquisa, realizada em abril passado). No mundo todo, 28% dos empresários entrevistados apostam em gerar mais vagas (contra 41% há seis meses).



A confiança dos brasileiros que participaram da pesquisa global estende-se também às perspectivas de fusões e aquisições. Quarenta e dois por cento dos entrevistados afirmaram que devem realizar uma aquisição nos próximos 12 meses – um aumento de 19 pontos percentuais na comparação com abril de 2012.



Os cinco melhores países para investimentos, segundo os entrevistados brasileiros, são: China, EUA, México, Índia e Colômbia. Para os entrevistados no cenário global,  o Brasil aparece em quarto lugar no ranking dos melhores para se investir.



Cenário global



No cenário global, ao contrário do brasileiro, há menos empresários planejando novas fusões e aquisições nos próximos 12 meses, o equivalente a apenas 25% – o índice mais baixo desde 2009. Há seis meses, esse índice era de 31% e, há um ano, de 41%.



“Em abril, 52% dos entrevistados acreditavam que a economia global estava melhorando, porém, desde então, ocorreu uma mudança. Em outubro, apenas 22% apresentam esta percepção. A preocupação com a crise europeia e a crescente incerteza do cenário chinês, que prevalecerá, contribuem para indefinição do cenário econômico ocasionando maior dispersão na expectativa de preço dos ativos no mercado, um revés para as fusões e aquisições no mercado global, onde o volume de transações já está em baixa”, avalia Sérgio Almeida, sócio de Transações da Ernst & Young Terco.



Em relação aos empresários brasileiros, Almeida observa que “a pesquisa apontou que, hoje, o foco para o executivo é a eficiência e o controle, o que é uma conseqüência da menor confiança na economia global do brasileiro”, que passou de 56% na última pesquisa para 38% agora. O sócio explica que o cenário atual para as empresas nacionais é de alta competição com produtos importados, instabilidade internacional e altos custos trabalhistas, uma vez que o País registra uma das menores taxas históricas de desemprego.



“Há cinco anos, temas como eficiência e controle de custos não eram prioridade na agenda dos empresários. Atualmente, no entanto, essas atividades são cruciais para a competitividade e valorização das companhias, principalmente em uma época em que o crescimento é incerto em muitos mercados desenvolvidos”, conclui.

SXC
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