Corrupção corporativa é problema no Brasil


 


Para um número crescente de executivos brasileiros, a pressão para cumprir as metas de crescimento de receita está minando o compromisso com o cumprimento das políticas e da lei. Com isso, o cenário competitivo continua a ser distorcido por corrupção e condutas antiéticas. Essas são as conclusões da Global Fraud Survey 2012, pesquisa realizada pela Ernst & Young com executivos de todo o mundo.


Para 84% dos brasileiros entrevistados pela multinacional de auditoria e consultoria, a corrupção no país é generalizada no ambiente de negócios. O índice é bem superior à média global (39%) e também ao verificado na América Latina (68%). Para 20% dos executivos ouvidos, suborno e corrupção crescem por causa da crise econômica.


A pesquisa mostra que 90% dos entrevistados no Brasil disseram que deveria haver, no País, mais supervisão por reguladores. Além disso, 96% disseram acreditar que a gerência sênior das organizações deveria receber sanções penais se ficar comprovado que não foi feito o suficiente para prevenir fraudes, propinas ou corrupção.


“Apesar de este ainda ser um tema de muita preocupação entre os empresários brasileiros, houve algum progresso na última década por meio de reformas do setor público”, afirma José Francisco Compagno, sócio da área de investigação de fraudes da Ernst & Young Terco. “No entanto, as empresas precisam estar cientes de que cabe a elas criar os processos e a cultura para evitar que seus funcionários alimentem um esquema que nunca será positivo – nem para seus negócios nem para o País.”


Propina


Entre os 50 executivos entrevistados no Brasil, 12% disseram estar dispostos a fazer pagamento de propinas para conseguir ou manter um negócio, se isto for necessário para ajudar a sobrevivência da empresa em um ambiente de crise econômica. O índice é o dobro do registrado em 2010 e, na comparação com outras regiões, é inferior ao registrado globalmente (15%) e na América Latina como um todo (14%), mas bem superior aos 3% registrados na América do Norte. Além disso, 10% dos entrevistados brasileiros se disseram dispostos a usar entretenimento (que inclui viagens e presentes) para conseguir um novo negócio – nesse caso, a média global foi 30% e a da América do Norte, 36%.

flickr.com/midnghtsdream
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