Combustível eleva custos da Hamburg Süd

A alta no preço dos combustíveis dos navios poderá acarretar em um aumento de custos da ordem de US$ 200 milhões anuais para a Hamburg Süd. Se a média de preços permanecer no patamar atual, que já está em US$ 550 por tonelada, a empresa deverá repassar os custos para o frete a partir do segundo semestre, disse nesta terça-feira (19) o diretor-superintendente da Hamburg Süd e da Aliança Navegação e Logística, Julian Thomas.


Segundo o executivo, as variações no preço do petróleo são o principal problema para o setor neste ano. O valor vem subindo constantemente, chegando a picos em épocas de crise, sem retornar aos níveis mais baixos. O preço do combustível passou de cerca de US$ 165 por tonelada, entre 2008 e 2009, para até US$ 641 por tonelada – maior pico registrado neste ano.


Ainda assim, o Grupo espera um aumento de 10% no volume de carregamentos para este ano ante 2010. O faturamento, no entanto, deverá registrar queda em 2011. No ano passado, após a retomada da economia mundial frente à crise econômica, a Hamburg Süd obteve um faturamento de R$ 2,21 bilhões, montante 35% superior do que o de 2009.


“O ano de 2011 está sendo mais difícil do que o ano passado, mas a gente espera que, na segunda metade do ano, o volume acelere como de costume. Com isso, a capacidade e a demanda estarão mais equilibradas, gerando uma tendência de repasse de custos para o mercado”, avalia Thomas.


Mercado


Os custos do Grupo também estão sendo impactados pela falta de profissionais, principalmente no mercado brasileiro. Segundo Thomas, com o segmento aquecido, já se observa uma pressão no valor dos salários. O aumento com custos gerais por funcionário no Brasil chega a 10%.


Além disso, o setor encontra dificuldades para encontrar profissionais qualificados, sobretudo para ocupar vaga em postos marítimos.


O alto “preço do sucesso” brasileiro, conforme o diretor da Hamburg Süd, também se reflete nas condições de infraestrutura. Em 2010, os gargalos nos portos brasileiros ocasionaram 62 mil horas de navios parados, esperando para atracar. Por conta de problemas como esse, a empresa deixou de faturar US$ 118 milhões.

Aliança
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