Brasileiros e alemães dialogam em Frankfurt


Empresários e representantes dos governos brasileiro e alemão estão reunidos em Frankfurt am Main, Alemanha, para discutir sobre as oportunidades de aprofundamento da cooperação entre os dois países. Durante dois dias, os participantes debaterão os principais temas da agenda bilateral, como inovação e pesquisa, logística, energia, infraestrutura, agronegócios e mobilidade urbana, com o intuito de expandir as relações comerciais bilaterais.


A abertura de mercados como medida de fomento à inovação tecnológica e consequente aumento da competitividade e crescimento econômico estiveram no centro das dicussões que abriram a 30ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, na manhã desta segunda-feira (2). O evento é organizado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com sua congênere alemã, a Bundesverband der Deutchen Industries (BDI).


O presidente da BDI, Hans Peter Keitel, citou a questão da bitributação e a falta de transparência na gestão pública como os principais contrangimentos enfrentados pelas empresas alemãs que tentam entrar no mercado brasileiro.  Para Keitel, os projetos de infraestrutura para os próximos anos em território brasileiro representam uma ótima oportunidade para os parceiros alemães, mas as licitações precisam ser mais concretas e transparentes.


O discurso de Keitel foi reforçado pelo ministro federal da Economia e da Tecnologia da Alemanha, Phillipp Rösler. O ministro condenou o protecionismo internacional em tempos de crise econômica e enfatizou a importância de acordos bilaterais, que impulsionam a inovação, o progresso e a criação de mais empregos. Rösler reafirmou o interesse alemão em investir mais no Brasil, mas cobrou mais transparência do governo brasileiro: “Nós queremos ajudar, mas para isso precisamos de melhores oportunidades e de regras mais claras e justas”.


Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, reconheceu o constrangimento que a questão tributária e a burocracia representam no mercado brasileiro, mas assegurou que o País está lutando para superar esses obstáculos.


O empresário afirmou que há muitos investimentos previstos nos setores de óleo e gás, mineração, indústria petroquímica e mobilidade urbana, bem como nos portos e aeroportos brasileiros e enfatizou que a realização dos mesmos não será possível sem a participação de parceiros internacionais.


“As licitações estão abertas para parceiros globais e esperamos mais participação da Alemanha”, assinalou. 


Foco em inovação


A secretária brasileira de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Menezes, elogiou o modelo de política pública alemã, que fomenta a inovação e o desenvolvimento no país por meio de parcerias com centros de pesquisa em universidades. Heloísa, que representa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro no Encontro, reforçou a importância de o Brasil aproveitar o eixo econômico já existente entre as duas nações para ampliar a cooperação bilateral na área de transferência de tecnologia.


“É importante enfatizar não só a quantidade, mas a qualidade das parcerias entre o Brasil e a Alemanha”, disse Heloísa.


De acordo com a secretária, o envio de 10 mil estudantes para a Alemanha por meio do Programa Ciências sem Fronteiras confirma o interesse do Brasil em aprender com o país germânico e formar uma base sólida para seu desenvolvimento econômico.