Brasil é o 34º em maturidade em fusões e aquisições


Ser a maior economia da América Latina não bastou para o Brasil ficar entre os primeiros colocados no ranking do estudo M&A Maturity Index 2012, realizado anualmente pela Ernst & Young, que mede a maturidade dos países para fusões e aquisições. O País subiu duas posições em relação a 2011, alcançando o 34º lugar. No estudo, outros países do BRICs aparecem mais bem colocados: a Rússia manteve seu 28º lugar e a China aparece em 9º. Já a Índia encontra-se atrás do Brasil, na 38ª colocação.



Ao todo, 148 países foram analisados, e entre os itens observados estão a habilidade para atrair fusões e aquisições no mercado doméstico e externo. O ranking se baseia na análise das regulamentações, política, economia, além da capacidade tecnológica, socioeconômica e ativos das nações.



O Brasil se destaca quando o assunto é tecnologia, conquistando uma pontuação de 87% para a inovação e 72% para as exportações de alta tecnologia – embora a pontuação para o uso da Internet seja de apenas 63%, com destaque para níveis mais baixos de conhecimentos de informática entre a população. O ponto negativo, em um cenário aparentemente favorável, é o ambiente regulatório opressivo, que poderia limitar as perspectivas no longo prazo.



“O potencial brasileiro também é destacado por meio de seus recursos naturais, por fazer parte do BRICs e por ser hoje um destino-chave para os investidores internacionais”, afirma Viktor Andrade, diretor de fusões e aquisições da Ernst & Young Terco.

“Além disso, foi essencial a forma com que o Brasil passou pela crise econômica de 2008. Manter na última década um crescimento de 3% ao ano contribuiu para mostrar que o País tem força para estimular ainda mais o desenvolvimento, por meio de investimentos nas áreas de infraestrutura e de educação. No entanto, o ambiente regulatório é o principal fator para que o País não esteja mais bem colocado no ranking. Se tivéssemos pontuado bem nesse quesito, poderíamos estar 15 posições à frente”, completa o executivo.



Panorama mundial



Os EUA e Cingapura são os mercados mais atraentes do mundo para fusões e aquisições, de acordo com a pesquisa. O Reino Unido aparece na terceira posição, seguido por Hong Kong. O bom resultado de Cingapura no ranking mostra que a maturidade da Ásia como centro global para transações aumentou. Agora, os países do continente fazem parte de metade das dez primeiras colocações, com Cingapura e Hong Kong juntando-se a Coréia do Sul (5º), China (9º) e Japão (10º).



Entre as estrelas em ascensão estão os Emirados Árabes Unidos, que saltaram seis lugares nos últimos cinco anos, alcançando o 20º – embora tenham caído uma posição desde a última atualização do estudo, em 2011. A Malásia, por sua vez, saltou sete posições, conquistando a 18ª. Outras altas significativas, durante os últimos cinco anos, incluem a Polônia (subiu cinco posições e chegou ao 30º lugar); Romênia (subiu 13 posições e alcançou o 36º lugar); Turquia (saltou sete lugares até a 37ª posição), Índia (subiu cinco posições e chegou ao 38º), Cazaquistão (subiu seis posições e alcançou 40º lugar) e Marrocos (saltou oito posições e chegou ao 47º lugar).



Sem surpresa, a ascensão dos mercados emergentes veio à custa de países desenvolvidos da Europa, onde a crise econômica afetou o estabelecido mercado de fusões e aquisições, o que se refletiu em mudanças no ranking. Como exemplo, a Grécia (53º) caiu 12 posições desde 2011 e 23 posições nos últimos cinco anos. Portugal (39º) despencou oito posições desde 2011.

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