Brasil e Alemanha estreitam relações no EEBA


Empresários e autoridades do Brasil e da Alemanha se encontraram nessa última segunda-feira (21) na 33ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha. O evento, que aconteceu na cidade de Joinville (SC) e terminou ontem (22), reuniu cerca de mil participantes e expositores, visando estreitar ainda mais as relações bilaterais. Além disso, Dr, Wolfram Anders, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de São Paulo (AHK-São Paulo), assinou um documento, juntamente com o Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, firmando a cooperação em inovação entre os dois países.


Sob o tema “Cooperação para Superar Desafios”, Glauco José Côrte, presidente da FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), apontou o alto desenvolvimento da indústria alemã, fortemente baseado na produção e no comércio exterior (terceiro maior país exportador e importador do mundo, em 2014) e sua posição como quarta economia do mundo. Em paralelo, destacou a grande potencialidade do mercado brasileiro, tendo em vista a grande variedade de recursos naturais, e sua posição como sétima economia mundial.


“O objetivo deste encontro é debater desafios e temas relevantes entre os dois países, relacionados à inovação, competividade, energia, infraestrutura, biotecnologia, mobilidade e conectividade, a fim de motivar ações concretas que ajudem a combater os desafios atuais”, conclui o Côrte.


Para Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o encontro reflete a sólida relação entre Brasil e Alemanha, que compartilham uma história de amizade e colaboração, baseado em fortes laços culturais e empresarias.


Andrade também relembrou a recente visita de Chanceler Alemã Angela Merkel, que resultou em parceria estratégicas bilaterais em setores como ciência, tecnologia e inovação, além de desenvolvimento urbano e saúde.


Dois exemplos citados pelo presidente da CNI foram a parceria do SENAI com o Instituto Fraunhofer para a implementação de 26 institutos de inovação em áreas tecnológicas, estratégicas e complementares para o futuro da indústria brasileira. Segundo ele, já são 19 centros planejados, dos quais 14 estão em operação com projetos contratados por empresas.


Outro exemplo citado por Andrade, relacionado à educação, foi a parceria do SENAI com o Projeto Vetnet, financiado pelo Ministério Alemão da Educação e Pesquisa. No Brasil, o modelo é implementado pelo Centro de Competência de Formação Profissional da AHK-São Paulo, visando suprir a demanda por uma educação profissional vinculada às questões das empresas. A nova capacitação permite, ainda, uma dupla certificação: a brasileira, por meio do SENAI, e a alemã, por meio da Câmara Brasil-Alemanha.


Já Matthias Machnig, Vice-Ministro de Economia e Energias da Alemanha, animou a plateia na abertura do evento, afirmando que as empresas alemãs já instaladas no mercado brasileiro mostram que acreditam no futuro do País. Segundo ele, o Brasil detém todas as chances, capacidades e possibilidades para se desenvolver e se solidificar como mercado, e, por isso, a Alemanha deseja intensificar os investimentos no País para os próximos anos.


Acordo em inovação


Durante o pronunciamento do Ministro Armando Monteiro (MDIC), foram relembrados os acordos firmados entre Brasil e Alemanha para a inovação, que aconteceram durante a ocasião das Consultas Governamentais em Brasília, no início deste mês, entre a Chanceler Angela Merkel e a Presidente Dilma Rousseff. Neste momento, o presidente da Câmara Brasil-Alemanha, Dr. Wolfram Anders, foi convidado ao palco para assinar um documento, oficializando a parceria entre o MDIC e a AHK-São Paulo.


A iniciativa visa apoiar, reciprocamente, ações de difusão de boas práticas e conhecimentos entre os dois países; fomentar a troca de experiências e facilitar o matchmaking e a parceria entre empresas brasileiras e alemãs e institutos de pesquisa; catalisar oportunidades públicas e privadas entre Brasil e Alemanha ligadas à P,D& I e empreendedorismo; desenvolver projetos conjuntos para a realização de diagnósticos; e identificar propostas comuns de aprimoramento de políticas bilaterais.

AHK-São Paulo/Cynthia Navarro
AHK-São Paulo/Cynthia Navarro