BC reduz projeção de crescimento do PIB em 2012

O Banco Central (BC) reduziu a estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 1,6% para 1%. A informação consta do Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (20) pelo BC. Em setembro, a projeção para o crescimento da economia em 2012 já tinha sido revisada de 2,5% para 1,6%. Em junho, havia passado de 3,5% para 2,5%.

A projeção para o crescimento do PIB no período de 12 meses que será encerrado em setembro de 2013 é 3,3%, 2,4 ponto percentual superior ao resultado registrado, no mesmo tipo de comparação, no terceiro trimestre deste ano.

De acordo com o relatório, a redução na projeção de crescimento da economia neste ano reflete, em grande parte, a recuperação da atividade econômica doméstica em ritmo menos intenso do que o previsto anteriormente.

Entretanto, o BC ressalta que “a demanda doméstica tende a se apresentar robusta” nos próximos semestres. Na avaliação da autoridade monetária, isso deve ocorrer devido ao consumo das famílias, estimulado pelo crescimento da renda e pela expansão moderada do crédito. A instituição acrescenta que as reduções da taxa básica de juros, a Selic, de agosto de 2011 até outubro deste ano, ainda devem gerar mais efeitos na economia. Em novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC optou por manter a Selic em 7,25% ao ano.

Segundo as projeções da instituição, a produção agropecuária deverá registrar queda de 1% este ano, contra projeção anterior de 1,4% de retração. Segundo o BC, a melhora está associada ao desempenho das culturas de café e milho no terceiro trimestre.

A estimativa para queda da produção da indústria passou de 0,1%, em setembro, para 0,5%, devido às reduções nas projeções de crescimento para a construção civil, de 2,5% para 1,9%, e a indústria extrativa, que passou de expansão de 0,8% para queda de 0,5%. O crescimento projetado para o setor de serviços em 2012 ficou em 1,6%, abaixo dos 2,2% da estimativa anterior.

No caso dos investimentos (formação bruta de capital fixo), a perspectiva de retração foi reduzida em 1,3 ponto percentual, para 3,5%. As projeções para o consumo das famílias e do governo passaram, na ordem, de 3,3% para 3%, e de 3,7% para 3,2%, respectivamente.

A variação anual das exportações foi revista para 0,3%, com redução de 0,6 ponto percentual. A expansão das importações foi revisada para 0,3%, ante 2,7%.

Inflação

No relatório, o BC também divulgou sua previsão para o fechamento da inflação neste ano, que deve ficar em 5,7%. Em 2013, a estimativa é de que fique em 4,8%. A instituição observa que essas projeções são do cenário de referência, construído com base na suposição de que a taxa básica de juros, a Selic, será mantida em 7,25% ao ano durante o horizonte de previsão, e que a taxa de câmbio permanecerá em R$ 2,05 por dólar.

A projeção para a inflação em 2012 do cenário de referência ficou 0,5 ponto percentual acima do estimado em setembro. Mas em 2013, ressalta o BC, há tendência de declínio, apesar de a inflação não alcançar o centro da meta de 4,5%. Nem mesmo em 2014, de acordo com as estimativas, a inflação chegará ao centro da meta. Ao final de 2014, a previsão é que o índice fique em 4,9%. A meta de inflação, com centro em 4,5%, tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

No cenário de mercado, em que o BC leva em consideração estimativas de instituições financeiras para a taxa Selic e o câmbio, a previsão para a inflação neste ano é 5,7%, mesmo valor projetado no cenário de referência. Em 2013, a previsão desse cenário é a inflação em 4,9%, e para 2014, de 4,8%.

Agência Brasil

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