América Latina enfrenta desafios em petróleo e gás


A América Latina está emergindo como um dos mercados de energia de mais rápido crescimento no mundo, porém a região enfrenta diversos desafios ambientais, econômicos e sociais que revelam a necessidade de reformas nos negócios. A afirmação é da empresa de consultoria Delloite, em um relatório sobre as potenciais armadilhas no setor latino-americano de petróleo e gás, divulgado nesta quarta-feira (5).



“A América Latina tem as oportunidades, os recursos e os empreendimentos para fazer do petróleo e do gás bases da economia. Mas para que isso aconteça, todos os atores da região precisam verdadeiramente ‘abraçar’ o setor industrial em questão, e os interesses estrangeiros devem ser envolvidos para investir nesse florescente poder global – esse será um desafio-chave para a América Latina nos próximos anos”, afirma Ricardo Ruiz, líder da área de Energia e Recursos para a América Latina da Delloite da Argentina.



O relatório identifica seis áreas específicas (as potenciais armadilhas) em que as empresas de petróleo e gás e os países da região deverão se focar para manter o impulso e alavancar a sua presença no cenário global.

Uma delas é “abastecer o dragão do investimento estrangeiro”. Segundo o relatório, os governos latino-americanos deveriam incorporar suas políticas relacionadas a Investimentos Estrangeiros Diretos a estratégias de desenvolvimento amplas e de longo termo, encorajando menos dependência de matérias-primas e recursos naturais, e, em vez disso, possibilitando às empresas nacionais que se desenvolvam como exportadoras competitivas e auto-suficientes.

Desembaraçar as políticas públicas do setor de energia, reduzir o gap de produtividade da região em relação a outras no mundo, resolver os problemas de infraestrutura e de falta de mão de obra qualificada e saber lidar com a questão do nacionalismo em relação às reservas de petróleo são os outros desafios listados pela Delloite.

O relatório ressalta que, apesar dessas armadilhas potenciais, em 2010 a América Latina experimentou o crescimento mais rápido do mundo em Investimento Estrangeiro Direto (IED), com uma alta de 40% nos afluxos na comparação com o ano anterior.



“O futuro para esse poder global emergente é brilhante, com os economistas prevendo os afluxos privados na América Latina chegando a uma média de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos três anos. De fato, a América Latina está preparada para uma boa performance, mas, para capitalizar sua crescente influência de mercado, a região terá que evitar as armadilhas e se manter em terreno seguro”, afirma Dick Cooper, líder da área de Petróleo e Gás das Américas da Deloitte do Canadá.

Nelson Chinalia
Nelson Chinalia