Bertelsmann acelera crescimento e obtém lucro bilionário em 2018

Foto: Schutterstock

A Bertelsmann acelerou seu crescimento no ano passado: impulsionada pela evolução positiva dos seus negócios digitais e por sucessos criativos como a autobiografia de Michelle Obama Minha história, a empresa registrou em 2018 seu maior crescimento orgânico em seis anos. Entre os marcos estratégicos houve a criação da Majorel, um grupo empresarial global de CRM, além da continuidade na expansão dos negócios de educação. No ano corrente, a expectativa da empresa internacional de mídia, serviços e educação é de novo crescimento.

No último ano, o faturamento do grupo Bertelsmann atingiu o maior valor desde 2007. Ele subiu 2,8% para 17,7 bilhões de euros (ano anterior: 17,2 bilhões de euros) – apesar dos efeitos negativos de câmbio. Grandes responsáveis foram o RTL Group, que registrou novo recorde de faturamento, Penguin Random House, BMG, Arvato e ainda o Bertelsmann Education Group. O crescimento orgânico somou 2,7%; as plataformas de crescimento do grupo – especialmente as atividades digitais do RTL Group e da Gruner + Jahr, Fremantle, BMG, Arvato SCM, Arvato Financial Solutions e Bertelsmann Education Group – cresceram organicamente 10%.

Com 2,59 bilhões de euros, o EBITDA operacional quase atingiu o nível recorde do ano anterior (2,64 bilhões de euros), no qual a Bertelsmann obteve ganhos de capital com a venda de imóveis. Em bases comparáveis, o resultado operacional subiu 4,5% ou 112 milhões de euros. Além da Penguin Random House, da BMG e do Bertelsmann Education Group, também apresentou desenvolvimento especialmente positivo a subsidiária de serviços Arvato, que registrou alta significativa nos resultados.

Pela quarta vez consecutiva, o resultado do grupo superou a marca de um bilhão. Devido a itens extraordinários negativos mais altos, com 1,1 bilhão de euros, ele ficou levemente abaixo do valor do ano anterior. As atividades com fundos, reunidas na divisão Bertelsmann Investments, prestaram nova contribuição relevante para os resultados.

Thomas Rabe, Presidente da Bertelsmann, afirma: “2018 foi um ano fiscal de sucesso para a Bertelsmann: tornamo-nos mais digitais e internacionais e estamos crescendo com mais força. O crescimento orgânico foi o mais alto em muitos anos, com quase metade do nosso faturamento vindo de atividades digitais. Ambos provam o quanto já avançamos na transformação da empresa.”

“Esse desenvolvimento positivo é um reflexo de diversas decisões relevantes tomadas nos últimos anos: o RTL Group investiu precocemente nas áreas de vídeos on-line e de AdTech e está ampliando continuamente suas ofertas de vídeo sob demanda. E a Penguin Random House, como maior grupo editorial do mundo, mostrou com a publicação globalmente coordenada de Minha história toda a singular força criativa, comercial e de marketing que a empresa possui. Os resultados excepcionais da Arvato no último exercício comprovam que o redirecionamento estratégico da área é um sucesso”, comentou Rabe. “Um marco estratégico do último ano foi o anúncio da parceria com o Saham Group na área de CRM. Também houve desenvolvimentos positivos na nossa área de educação, que voltou a receber um grande reforço no ano passado com a aquisição da OnCourse Learning. Em 2019, também seguiremos em frente com a transformação e o crescimento da Bertelsmann”, continuou.

No ano passado, os negócios em forte crescimento contribuíram para 34% do faturamento (2011: 20%). Nos próximos anos, esse valor deve aumentar para mais de 40%. Por sua vez, os negócios estruturalmente deficitários recuaram sua participação no faturamento de 16% para cerca de 4% desde 2011.

A participação das atividades digitais no faturamento da empresa subiu para 49% no ano passado (2011: 30%). Com isso, a Bertelsmann obteve quase metade do seu lucro total digitalmente.

O faturamento fora da Europa representou 28% do total no ano passado (2011: 20%). A expansão regional da Bertelsmann se concentra, além de na China, Índia e Brasil, sobretudo nos EUA, o segundo maior mercado da Bertelsmann. Além disso, a Bertelsmann futuramente experimentará mais investimentos em países da América Latina, da África e do Sudeste Asiático.

Thomas Rabe ressalta que, em 2018, a Bertelsmann novamente fez progressos nos seus quatro eixos estratégicos – fortalecimento dos negócios centrais, transformação digital, ampliação das plataformas de crescimento e expansão em regiões em crescimento.

  • Fortalecimento dos negócios centrais: As famílias de emissoras do RTL Group mantiveram, no total, sua posição nos principais mercados publicitários televisivos. A Penguin Random House posicionou 481 títulos nas listas de mais vendidos do jornal New York Times. O livro de maior sucesso do ano foi Minha história de Michelle Obama, que até o momento já vendeu quase 10 milhões de cópias. Outros títulos populares foram, entre outros, O dia em que o presidente desapareceu, de Bill Clinton e James Patterson, e 12 regras para a vida, de Jordan B. Peterson. O grupo adquiriu a editora de audiolivros DAV na Alemanha e a Rodale Books nos EUA. A Gruner + Jahr lançou cinco novas revistas na Alemanha, incluindo a Guido. A Ad Alliance, operada em conjunto com o grupo de mídia RTL Alemanha, vem se desenvolvendo com sucesso. No início de 2019, a Arvato concretizou a fusão dos seus negócios de CRM com os do grupo marroquino Saham Group. O novo grupo empresarial Majorel atua em 28 países com cerca de 48 mil funcionários e gera um faturamento anual de 1,2 bilhão de euros. O Bertelsmann Printing Group prolongou vários contratos de impressão, inclusive o da revista alemã Spiegel.
  • Transformação digital: O RTL Group reforçou a expansão das suas atividades de vídeo sob demanda e relançou, nesse contexto, o serviço de streaming TV Now na Alemanha, entre outros. A fusão de SpotX com Smartclip deu origem a uma plataforma digital líder em distribuição de publicidade. A Penguin Random House ampliou sua oferta de livros eletrônicos e registrou crescimento de faturamento com audiolivros. O lucro digital da Gruner + Jahr subiu na Alemanha, entre outros, graças ao crescimento da plataforma de descoberta de aplicativos Applike. A Arvato registrou forte crescimento com serviços para clientes dos segmentos de TI e tecnologia. Com seus conteúdos nas mídias sociais, as empresas da Bertelsmann alcançaram, no período, cerca de 2,9 bilhões de seguidores globalmente.
  • Plataformas em crescimento: No último ano, a Fremantle beneficiou-se com o retorno do formato American Idol e conquistou sucesso internacional com séries como My Brilliant Friend. A BMG adquiriu as empresas de produção musical Big Bang e Fuzz e a World Circuit, e assinou contratos com novos artistas como o ex-baterista dos Beatles Ringo Starr, Lenny Kravitz e Yusuf/Cat Stevens. A Arvato seguiu ampliando suas atividades em serviços financeiros e de gestão da cadeia de suprimentos. Na área de educação, a Bertelsmann reforçou sua subsidiária de ensino virtual Relias com a aquisição do serviço educativo OnCourse Learning, uma das maiores transações da Bertelsmann nos EUA nos últimos anos. A plataforma de aperfeiçoamento contínuo Udacity expandiu seus negócios com clientes corporativos e introduziu novos nanocertificados, em temas como inteligência artificial, por exemplo.
  • Regiões de crescimento: Por meio dos seus quatro fundos de venture capital Bertelsmann Asia Investments (BAI), Bertelsmann Brazil Investments (BBI), Bertelsmann India Investments (BII) e Bertelsmann Digital Media Investments (BDMI), o grupo realizou cerca de 60 novos investimentos e investimentos adicionais em jovens empresas digitais em 2018. Com isso, no fim do ano, a Bertelsmann detinha 189 participações por meio dos seus fundos. Desde 2012 o grupo investiu, via BAI, BBI, BII e BDMI, cerca de 800 milhões de euros em jovens empresas; no mesmo período, foi obtido retorno de mais de 400 milhões de euros como resultado de vendas. No Brasil, a Bertelsmann reforçou sua presença no ano passado, também pela aquisição majoritária da empresa de educação corporativa Afferolab e ainda, no início de 2019, com o bem-sucedido aumento das suas participações na renomada editora Companhia das Letras. Na Índia, a Penguin Random House adquiriu a editora de livros Hind Pocket Books; o grupo editorial ainda se expandiu para o Sudeste Asiático. A BMG ampliou suas atividades com novos contratos com artistas locais no Brasil e na China.

Thomas Rabe: “No ano corrente, nossa resposta à concorrência com as plataformas globais de tecnologia continuará sendo de alta relevância estratégica para nós. Então estamos investindo cerca de seis bilhões de euros por ano em conteúdos criativos. Oferecemos espaços para publicidade seguros e de amplo alcance para nossos clientes. O foco está no fortalecimento das nossas competências tecnológicas, sobretudo nas áreas de nuvem, dados e inteligência artificial. Há inúmeros casos concretos de aplicação na empresa que expandiremos fortemente nos próximos anos. Além disso, aspiramos ainda mais do que antes a alianças estratégicas. Para isso, após as experiências positivas com a Ad Alliance, criamos dentro da empresa na Alemanha no início do ano, por exemplo, a Bertelsmann Content Alliance. Com ela, expandimos ainda mais nossa posição como fornecedor líder de conteúdos na Alemanha. Juntos, criaremos novos conteúdos e abriremos novas perspectivas criativas singulares de desenvolvimento e marketing. Também estamos abertos a parcerias externamente. Onde é oportuno, também trabalhamos de perto com as plataformas, empenhamo-nos por condições regulatórias justas e modernas e fortalecemos nossa cultura corporativa, principalmente a criatividade e o empreendedorismo.”

Em 2018, o volume de investimentos da Bertelsmann cresceu devido à ampliação continuada dos negócios; os investimentos totais, incluindo passivo financeiro, somaram quase 1,5 bilhão de euros (ano anterior: 1,1 bilhão de euros). Além da aquisição da OnCourse Learning, foram feitos investimentos em ativos fixos, direitos cinematográficos e catálogos musicais.

No exercício passado, o capital próprio subiu para 9,8 bilhões de euros (ano anterior: 9,1 bilhões de euros). A parcela de capital próprio subiu para 38,8% (ano anterior: 38,5%).

A dívida líquida cresceu, principalmente devido à aquisição da OnCourse Learning efetivada no quarto trimestre de 2018, para 3,9 bilhões de euros (ano anterior: 3,5 bilhões de euros). O endividamento econômico total atingiu 6,6 bilhões de euros em 31 de dezembro de 2018 (ano anterior: 6,2 bilhões de euros). O fluxo de caixa operacional livre ajustado totalizou 1,8 bilhão de euros (ano anterior: 1,8 bilhão de euros).

Os funcionários da Bertelsmann receberão participações nos lucros e resultados pelo ano fiscal encerrado totalizando 116 milhões de euros (ano anterior: 105 milhões de euros).

Pela parte beneficiária 2001 da Bertelsmann (ISIN DE0005229942), serão novamente distribuídos 15% sobre o valor-base em 22 de maio de 2019, de acordo com as respectivas condições. Os dividendos pela parte beneficiária 1992 (ISIN DE0005229900) serão de 7,83% (ano anterior: 8,73%).

Bernd Hirsch, Diretor Financeiro da Bertelsmann, declarou: “A Bertelsmann está em posição financeira sólida. Começamos bem o ano e já reduzimos nitidamente nosso índice de endividamento dinâmico, o chamado fator de alavancagem, logo nos primeiros meses de 2019. Estamos confiantes para o ano completo e contamos com faturamento mais alto e que a rentabilidade operacional se mantenha elevada. Pela quinta vez consecutiva, os resultados do nosso grupo devem ultrapassar a marca de um bilhão de euros.”