A força da responsabilidade social

Weber Porto é diretor presidente para Região América do Sul e Central da Evonik e membro da diretoria da Câmara Brasil-Alemanha
Weber Porto é diretor presidente para Região América do Sul e Central da Evonik e membro da diretoria da Câmara Brasil-Alemanha

O desenvolvimento humano é a causa de toda e qualquer evolução. Apostar nas pessoas e na elevação da qualidade de vida, focada na formação multifacetada de crianças, adolescentes e adultos, é apostar no sucesso, seja empresarial, governamental, profissional ou pessoal. Já há muito tempo a responsabilidade social deixou de ser um conceito, um ideal, para tornar-se uma atividade integrante do planejamento estratégico de empresas de todos os setores e portes.

Nos jogos olímpicos recentemente realizados no Brasil, foi possível observar a importância de projetos sociais na geração de vencedores por meio do esporte. Mais do que medalhistas, as competições reuniram exemplos reais e diversos de vidas transformadas, graças a organizações e empresas apoiadoras que confiam no desenvolvimento total através das paixões que as modalidades esportivas podem provocar em quem as praticam.

É assim com o futebol, com o judô, com a canoagem, com o atletismo, entre tantos outros. Para milhares de jovens em todo o País, a alternativa à violência, à pobreza, à educação precária vem por meio de iniciativas privadas ou públicas que visam valorizar talentos e incentivar as pessoas a encontrarem seu lugar utilizando suas capacidades, nem sempre percebidas.

As empresas, hoje, possuem enorme responsabilidade nessa área, responsabilidade esta que começa dentro de suas organizações. Colaboradores, familiares e comunidades locais devem estar entre as prioridades, se não for pelo crescimento proporcionado às pessoas ou ao País, que seja pelos benefícios institucionais, comerciais e mercadológicos que podem, com esta postura, ser alcançados. Ter responsabilidade corporativa é encontrar um equilíbrio entre fatores econômicos, ambientais e sociais.

Iniciativas relativamente simples, direcionadas ao âmbito coletivo, podem ter um efeito multiplicador significativo. Marcas relevantes nos mercados em que atuam, quando se unem, podem contribuir para alcançar resultados ainda melhores.

Temos um exemplo dentro de casa. No início de 2016 promovemos no Brasil o “BVB Evonik Soccer School” em parceria com o clube de futebol alemão Borussia Dortmund (BVB), patrocinado pelo grupo Evonik. O projeto previa o treinamento de crianças pelos técnicos profissionais da escola de base do Borussia Dortmund. Mas queríamos ir além e deixar um legado transformador e duradouro, que possibilitasse novas percepções aos envolvidos.

O evento, com duração de três dias, contemplou 127 crianças integrantes do projeto social do Clube Pequeninos do Jockey e 74 treinadores de futebol da categoria infanto-juvenil que atuam em escolas e projetos de futebol com caráter social. Desta forma, a troca de experiência e os aprendizados puderam ser replicados, aumentando a abrangência da ação. É muito comum que esta formação se inicie em projetos sociais e escolinhas de futebol, cujo papel extrapola o ensino do esporte.

Os participantes também puderam assistir um debate com a participação de Dede, um ídolo do futebol e que vestiu a camisa do Borussia Dortmund por 13 anos, em um encontro realizado no Museu do Futebol, em São Paulo (SP) – um momento no qual a transmissão do conhecimento e de valores pessoais foi a verdadeira protagonista.

O resultado não podia ser melhor e realmente conseguimos proporcionar uma experiência marcante para todos os envolvidos, com a vantagem de que os treinadores participantes poderão levar as informações adquiridas para outros tantos treinadores e miniatletas.

Ganham as crianças e jovens, ganham os treinadores, as entidades assistenciais e as empresas que promovem as mais diferentes ações sociais. As conquistas humanas são incorporadas ao longo do tempo e os ganhos empresariais são construídos à medida que a marca passa a ser reconhecida como aquela que faz a sua parte no desenvolvimento do mundo. É a força do exemplo.

Às empresas ainda existe a vantagem, a longo prazo, de contar com profissionais mais capacitados e com melhor formação humana. Muitas entidades e projetos de esporte, educação, cultura, assistência a pessoas carentes só existem porque contam com apoio das corporações.  Juntos, traduzem o poder da transformação. Criar oportunidades num país tão carente como o Brasil é traçar caminhos para transformar a vida de quem, muitas vezes, não vê saída. E quem ganha com isso? O país, em todas as esferas.

Foto: Divulgação Evonik