Dia da Engenharia Alemã aborda o setor químico

A importância do setor químico para a indústria brasileira foi o tema do Dia da Engenharia Alemã, promovido na quinta-feira (18) pela Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI) com apoio da AHK São Paulo, na capital paulista. O evento, que está em sua quarta edição, tem o objetivo de evidenciar a contribuição da indústria alemã para o progresso econômico e tecnológico do Brasil.

Os palestrantes destacaram a força da indústria brasileira e as suas perspectivas de crescimento. Investimentos ligados à Copa do Mundo FIFA 2014, aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 e a obras de infraestrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) colocam o Brasil em marcha de desenvolvimento. O País tem esse cenário refletido em sua indústria química, que é hoje a sétima maior do mundo.

As vendas do setor, nacionalmente, mantiveram um ritmo de crescimento anual até a crise econômica de 2009, quando tiveram acentuada queda, passando de US$ 62,8 bilhões para US$ 46,9 bilhões. No entanto, um ano depois os números já atingiam os níveis de 2008 e, entre 2009 e 2011, o valor comercializado subiu 27,5%, chegando a US$ 76,2 bilhões no ano passado.

Carlos Fadigas, diretor-presidente da Braskem, participante do evento, enxerga o mercado interno como alicerce para a internacionalização das empresas brasileiras de todas as áreas de atuação. “O Brasil já tem empresas de porte que conseguiram ganhar força suficiente no seu mercado doméstico para se lançar lá fora. Eu espero que essa dinâmica continue na medida em que o Brasil siga se afirmando como economia importante mundialmente”, analisa o executivo. A própria Braskem é exemplo de internacionalização, com operações recentes na América do Norte e na Alemanha.

Sobre o mercado global, o domínio da Ásia no setor foi apontado como tendência para as próximas décadas. As importações de polímeros pela China, por exemplo, apresentam índices oscilantes desde o ano 2000, porém em queda. A expectativa é que o país se torne exportador desse material até 2030, contribuindo para que o continente asiático seja responsável por 66% das transações comerciais da indústria química até lá.

As portas do comércio exterior para o Brasil estão sendo abertas aos poucos, mas os desafios ainda são grandes, apesar de promissores. “Há muito espaço para o Brasil crescer no mercado químico mundial, mas também há muita concorrência. A Petrobrás é um grande player, assim como a Braskem, mas não se pode subestimar os polos como a China ou o Oriente Médio”, avalia Thomas Rings, líder global da Prática de Energia e Indústrias de Processos da consultoria AT Kearney, também palestrante no evento.

SXC/Divulgação
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