Conferência digital Brasil-Alemanha de energias renováveis e eficiência energética na indústria de alimentos e bebidas reúne especialistas do setor

Conferência Digital Brasil-Alemanha de Energias Renováveis e Eficiência Energética na Indústria de Alimentos e Bebidas

Com o intuito de discutir a eficiência energética nos processos produtivos da indústria de alimentos e bebidas, na última terça-feira (16), a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo realizou a “Conferência Digital Brasil-Alemanha de Energias Renováveis e Eficiência Energética na Indústria de Alimentos e Bebidas“. Fomentado pela Iniciativa de Exportação Energia do Ministério Federal Alemão de Economia e Energia (BMWi), o projeto visa discutir soluções para aumentar a competitividade do setor e garantir a sustentabilidade dos produtores. Por meio dessa delegação digital, a conferência visava reunir ativamente empresas alemãs e brasileiras e promover reuniões individuais B2B.

A consultora Lena Keller deu início às palestras apresentando a Iniciativa de Exportação Energia do Ministério Federal de Economia e Energia Alemão, que tem como objetivo apoiar pequenas e médias empresas, fortalecendo as relações mundiais e também contribuindo para o desenvolvimento de sistemas energéticos que gerem menos impactos ambientais e climáticos.

Em seguida, Celso Eduardo Lins de Oliveira, Pesquisador Líder do Grupo de Pesquisa em Eficiência Energética e Simulação de Processos da Universidade de São Paulo, contribuiu com uma apresentação sobre os desafios da eficiência energética na indústria brasileira de alimentos e bebidas. “O Brasil é um dos players mais importantes do mercado de alimentos mundial. Historicamente a indústria de alimentos e bebidas é responsável por ¼ do consumo total de energia da indústria brasileira. Somamos a isso o fato de que o principal energético usado no país é o bagaço de cana de açúcar. No que diz respeito à sustentabilidade, nossa matriz energética já é bastante limpa. As instalações de geração distribuída têm crescido exponencialmente, mas o apelo mais forte está ligado diretamente à redução de custos”, afirmou.

Já o cenário europeu para integração das energias renováveis no setor de alimentos e bebidas foi o tema da apresentação da Dra. Barbara Sturm, Chefe de Engenharia de Processos e Sistemas para Agricultura da Universidade de Kassel. Sturm destacou que um dos principais desafios do setor é identificar os potenciais pontos de perda de energia, especialmente nas pequenas e médias empresas.

Durante sua fala, Michael Krafzig, Gerente da Divisão de Biogás da Binder GmbH, apresentou as principais áreas de atuação da empresa. A Binder GmbH é especializada na fabricação de sistemas de medição e controle de escoamento de gás e de aeração para plantas de biogás. “Com mais de 20 anos de experiência, construímos cada estação de análise de gás customizada para as exigências de cada cliente”, afirmou, destacando ainda que a empresa possui um laboratório próprio de calibragem, para fazer testes seguindo a mistura específica solicitada por cada cliente.

Focando na discussão a respeito da transformação de resíduos alimentares em bioenergia, Walter Kessler, da Maschinen Schmidberger GmbH , apresentou parte do portfólio da companhia e os principais diferenciais de seus equipamentos, entre eles a produção de peças exclusivamente em aço inoxidável (quando em contato com o produto) e com espessura média (da parede) de 2 mm, para evitar a corrosão.

Já Marc Fröse, COO da Biofabrik GmbH , mostrou que é possível explorar aplicações de resíduos plásticos além dos métodos já convencionais. Os resíduos plásticos que poderiam ir parar em grandes depósitos de lixo ou nos mares, afetando diretamente nossa cadeia de alimentação, podem ser transformados, levando a soluções decentralizadas na área indústria para gerar energia.

Abordando o tema trigeração descentralizada com biogás e gás natural, aquecimento, resfriamento e produção de vapor para a indústria alimentícia, Alfred Buchner, Gerente de Vendas Internacionais da 2G Energy AG, apresentou soluções voltadas para fabricação de unidades de geração de energia distribuída e de cogeração para operações contínuas, utilizando combustíveis como biogás, hidrogênio, gás natural e de síntese.

Outro tema bastante discutido durante a Conferência foi a instalação de usinas de energia solar no Brasil. Clemens Schumacher, que atua na área de Desenvolvimento de Projetos na EEPro GmbH, explicou como a empresa desenvolve sistemas fotovoltaicos de espaço aberto, telhado e garagem. Ele ainda compartilhou com os participantes informações sobre o financiamento de projetos de parques solares.

Apresentando soluções de energia termosolar para a indústria de alimentos e bebidas, Irapuã Ribeiro, da Industrial Solar GmbH , apresentou cases de sucesso da empresa para geração de energia renovável com o coletor Fresnel.

Representando a Ökobit GmbH, fabricante e planejadora de plantas de biogás e biometano customizadas, Philipp Senner apresentou o portfólio da empresa e compartilhou com os participantes detalhes de um case brasileiro. Em 2012 a empresa realizou um projeto piloto de instalação de um dispositivo de depuração e  desenvolvimento de uma usina maior para uma indústria leiteira.

A última apresentação da conferência ficou a cargo de Hanna Richter, da Erich Stallkamp ESTA GmbH. Abordando a digestão em reatores de tanques com agitação central para resíduos industriais de alimentos, ela apresentou fermentadores agitados centralmente (CSTR) de alto desempenho e duração, à base de aço inoxidável, além de tecnologia de bombas e agitadores, bem como separadores de resíduos de fermentação.